sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Teste de Roger Rabbit Animado em CG



Foi divulgado na net um vídeo teste com uma animação do Roger Rabbit em CG. Vale lembrar que esse teste é de 1998. São exatamente 12 anos atrás...

Achei o resultado bem interessante. Acho que hoje em dia, com as novas técnicas de setup e animação de personagens dos softwares CG, o resultado poderia ser ainda bem melhor.

Os animadores David Nethery, Tom Bancroft e Eric Goldberg, responsáveis por esse teste, deixaram seus comentários a respeito:

David Nethery

Eu trabalhei nisso. Essa aí é só uma parte do teste que nós fizemos. O teste inteiro era muito mais longo. Eis o que eu me lembro sobre isso: foi feito na Disney Feature Animation Florida em 1998, logo depois de terminarmos MULAN. Dirigido por Eric Goldberg, que também fez o re-design simplificado do Roger. Animadores tradicionais: Tom Bancroft (Roger), Barry Temple (Roger), Trey Finney (doninhas). Animadores assistentes: David Nethery, Sherrie Sinclair, James Harris, Teresa Quezada, Jason Peltz, Lon Smart. Animadores CG: Eric Guaglione, Rob Bekhurs. Tinha animadores de efeitos tradicionais também, mas infelizmente eu esqueci quem eram… Eu devo ter uma lista completa da equipe perdida no meio dos meus montes de “tralha da Disney” dessa época. Essa parte em que o Roger dança em cima da mesa e pula pra escrivaninha do cara foi animada tradicionalmente pelo Tom Bancroft, aí o Rob Bekhurs usou a animação do Tom como base para a versão CG do Roger. (Acho que foi o Rob, talvez o Eric Guaglione? Eu vejo o nome do Eric Guaglione nesse vídeo. Talvez o Eric e/ou o Rob possam aparecer pra corrigir as minhas lembranças um tanto vagas do projeto) O que vocês estão vendo no teste acima é a versão CG. Uma fusão de tradicional e CG. Como eu disse, o teste inteiro era mais longo . Foi tradicionalmente animado, arrumado, colorido. Objetos como as armas das doninhas foram em CG (em vez de serem objetos de verdade como no filme… que eram um tormento pra encobrir o truque). Outro exemplo: a mesa em que o Roger dança foi animada como um elemento em CG, ao invés de ser um objeto de verdade sendo balançado por auxiliares de cena no estúdio. Partes do teste foram então reanimadas em CG, usando a animação tradicional como base. Eu não me lembro se a coisa toda foi re-renderizada em CG ou se foi só essa cena. O teste inteiro que foi feito em animação tradicional provavelmente tinha um minuto e meio. Me desculpem se eu deixei de mencionar o nome de alguém. Tudo isso parece ter acontecido numa outra vida…


Tom Bancroft

Foi dirigido pelo Eric Goldberg (de Los Angeles) mas animado no estúdio da Flórida. Nós tínhamos dois times separados: um tradicional e um CG. Dois testes completamente separados. O teste em CG era um enorme segredo, com muitos de nós, mesmo sendo da Disney, sem saber o que ia ser daquilo até que fosse terminado. (Eu suponho que os executivos da Disney não queriam que nós, os caras tradicionais, pensássemos que os nossos dias estavam contados – Ha, quem ia pensar isso em 98?) Eric G. fez a sua versão do Roger e até fez as cenas com poses incluídas. Ele trabalhou muito em cada cena, assim como ele faz quando dirige um comercial. Me deram a versão 2D dessa cena pra animar ANTES dos animadores CG. Eu ouvi que já ia ter uma versão CG feita por volta da metade da minha animação (eu levei umas duas semanas, se me lembro bem). Então, eu fiz questão de colocar ali um monte de desenhos mais difíceis que eu sabia que eles não conseguiriam fazer, só pra ver como eles iam lidar com aquilo. (…) A versão CG foi um negócio bem caro. Precisou de um time grande de caras do CG (liderado por Eric Guaglione com boa parte, senão toda, a “animação” feita pelo talentoso Rob Bekuhrs) MESES (talvez seis?) pra completar essa única cena. Era como criar um novo “modelo” do Roger para cada pose. Não dava pra fazer um filme daquele jeito. É quase um “decalque” idêntico da versão 2D que eu fiz. (…) Aliás, a versão 2D tinha umas 5 ou 7 cenas, não era só essa parte. Tinha um mini-história com o “cara detetive” e uma moça, ambos em live-action, com as doninhas aparecendo também. O teste 2D foi feito para mostrar que um Roger 2D interagiria bem (melhor que no filme original) com objetos em CG. No meu teste 2D, o chapéu mágico (como esse que está aí), mesas, papéis, etc. eram todos elementos em CG. Funcionou muito bem, como era de se esperar. Era uma maneira acessível de fazer a sequência, não fazer os personagens em CG também. Há muitas, muitas razões para a sequência não ter sido feita, mas eu com certeza me diverti fazendo esse teste.


Eric Goldberg

Realmente é CGI, de 1998. Eu dirigi as duas peças, a em 2D e a em 3D, pensando na animação da sequência, sendo produzido pelo produtor de POCAHONTAS, Jim Pentecost. Embora a gente precisasse de um tempão pra conseguir esse efeito em 1998, isso era, e ainda é, sensacional na minha opinião. Como nós estávamos completando o 2D com adereços de CG de teste, eu disse para Kathleen Gavin, que estava comandando os projetos na época, “Bem, todo mundo já conhece o uso de tons foscos no Roger. Por que a gente não vê se consegue fazer o próprio Roger em CG? Se nós pudermos animar algo tão fluido e ‘mole’ como Roger Rabbit, então nós podemos animar qualquer coisa em CG.”

Fonte: Animatoons
mrs

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